domingo, 27 de novembro de 2011

RESTART

A lista á mais ou menos esta: óleo, gasolina, velas, cabos de velas, bateria, tampa do distribuidor, filtros de ar, filtro de combustível, motor de arranque e kits de carburador. E com todo este pacote e a ajuda inestimável do Pedro da Auto+ (a mesma oficina que recuperou meu carro "normal" da enchente), temos uma Beringela andarilha novamente. Claro, ainda com alguns pipocos e engasgos, mas andando. 
Lá se vão mais de sete meses desde a famigerada enchente. Foi depois deste tempo todo que criei coragem para encarar o novo desafio. A primeira tentativa de colocá-la para funcionar foi feita na oficina do Mota, logo ao lado da empresa onde trabalho. Típica "oficina de esquina", lá parecia ser mais fácil (e barato) de dar este pontapé inicial na recuperação. Com isso, "Bonecão" (um mecânico com porte e jeito parecido com o do Sloth do filme "Goonies") foi o indicado para o serviço. Troca de óleo, gasolina, kit de carburador e otras cositas más, gira-se o motor na mão, vários estouros... Bom, depois de quatro ou cinco semanas, Bonecão "jogou a toalha" dizendo que seria necessário desmontar o motor (e ele não tinha espaço para isso lá) pois o combustível estava "voltando"...


Paralelamente eu recuperava meu outro carro na Auto+ e, claro, comentava com Pedro (o proprietário e gestor da oficina) as tentativas e frustrações da Brasília nas mãos de Bonecão. Ele então me propôs levar a brasa para lá, para termos condições de colocá-la novamente "de pé". Relutei mas acabei aceitando, e Pedro convocou uma equipe para empurrá-la até suas instalações.
Lá o serviço ficou a cargo de Jorge, o seu mecânico mais experiente. Afinal, não teria muito cabimento dar esta responsabilidade para um mecânico mais novo que, provavelmente, nunca "fuçou" um motor carburado, que dirá duplamente alimentado. Acostumado aos sistemas de injeção, módulos e outras traquitanas eletrônicas, não se sentiria confortável e seguro para mexer no (por nós) admirado motor "a ar".


E não demorou muito para que Jorge alcançasse este objetivo, principalmente depois da troca da bateria e do motor de arranque, este completamente tomado pela lama. Aliás, aqui cabe um comentário: consegui um motor de arranque novo, pelo Mercado Livre, de uma marca aparentemente confiável (com um bom site montado na internet e tudo), entregue em mãos, bem mais barato do que um recondicionado à base de troca nas oficinas / lojas da região. Coisa de cem reais de diferença, quase. Ou seja, vale a pena pesquisar sempre!


Ainda restam, claro, alguns ajustes: motor de dupla carburação já é difícil de se regular estando novo, que dirá saído de uma experiência "anfíbia"... O alternador não foi mexido e o escape (com buracos de ferrugem) não inspira confiança. Mas tenho certeza de que logo chegaremos lá.
Próximo passo: freios! Afinal de contas, para se poder andar, tem que se poder parar...

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

26 DE ABRIL DE 2011

Muitas pessoas dizem que morrer é nascer de novo. E desde o dia 26 de Abril de 2011, eu torço para que isto seja realmente verdade. Não, nenhuma pessoa morreu, ninguém do meu convívio perdeu a vida, mas podemos dizer que um pedaço de vida, ou a energia demandada durante um bom tempo de vida se foi.
Tom Jobim cantava as "Águas de Março" há algumas décadas atrás, mas no Rio de Janeiro, há dois anos pelo menos, temos as "águas de Abril". Não vou entrar aqui no mérito dos motivos que levam as enchentes a acontecer, nem seus responsáveis, pois, no íntimo, todos nós sabemos. Mas, até esta fatídica citada data, eu não tinha a dimensão exata do que uma enchente pode causar.
Eu trabalho no bairro de São Cristóvão, no Rio, não tenho garagem para meus carros e não me sinto seguro de deixá-los nas ruas do meu bairro (a mundialmente famosa "princesinha do mar" Copacabana). Ficamos à mercê da extorsão dos "vagas-certas" e "flanelinhas", dos ladrões de CD Players, dos vândalos e até dos que pensam que seu carro é mesa de bar. Já contabilizei três arrombamentos, onde até carrinho de bebê do meu porta-malas já levaram, fora os dois aparelhos de som, os vidros quebrados e uma porta arregaçada. Some-se a esta lista um "belo arranhão" no capô e vejo que tenho mesmo o que temer. Por conta disso, optei por deixar meus carros estacionados em frente a empresa que trabalho, algo notadamente mais seguro e econômico.
Infelizmente, na madrugada do dia 25 para 26 de Abril, choveu "mais do que deveria" no Rio, exatamente da mesma maneira que ocorrera um ano antes. E a água chegou até um nível acima do insuportável. Minha empresa ficou alagada, e claro que tudo que estava na frente dela e num nível mais baixo, também... Quando cheguei para trabalhar e encontrei aquele caos todo, juro, deu vontade de chorar... Foi um misto amargo de raiva, tristeza e impotência difícil de descrever na hora e mesmo agora. Mas, como responsável pela manutenção da fábrica e ainda desnorteado, tive que deixar tudo na rua e trabalhar na recuperação da empresa, que tinha que voltar a produzir (era o início de uma terça-feira, afinal). Os vizinhos relataram que era apenas a segunda vez que isto acontecia nos últimos vinte anos! Uma oficina teve 30 mil de prejuízo com 3 módulos de um Mini Cooper, os restaurantes da região passaram uma semana fechados por falta de água potável, dentre outras tristezas do gênero.
Encurtando a história, a conta para recuperar o meu carro "sério" (um modelo 2000/2001) eu parei de somar quando chegou a 5 mil... e ainda não ficou 100%. E a Brasília, a minha "filhinha", minha Beringela de tantas histórias e tanta dedicação, eu levei três meses para ter coragem de mexer. Da série de peças e acessórios que mantinha no porta-malas, muita coisa foi direto para o lixo. A gasolina e o óleo estão da cor de Toddynho, e já encontrei de tudo preso embaixo dela, de porta de armário a camisinha...
Na esperança de que 2012 seja melhor que o 2011 que acabou em Abril, há alguns dias atrás coloquei a brasa na mesma oficina que recuperou o outro, para vermos que caminho percorrer e, quem sabe, fazê-la renascer...

domingo, 29 de maio de 2011

MUDANÇAS

Como muitas coisas aconteceram (e vem acontecendo) nas últimas semanas, vou dividir os últimos fatos em alguns posts, para manter a ordem cronológica.
Para começar, Ademir... tomou Doril! Se o laboratório fabricante do mencionado medicamento me permite parafraseá-lo, meu digníssimo estofador realmente sumiu. Um mês sem notícias e a Beringela está como estava. Não se pode confiar plenamente em ninguém mesmo... Como eu vinha pagando o cidadão conforme o serviço ia sendo entregue, não me senti propriamente dotado de um prejuízo financeiro. O prejuízo é no tempo, mesmo, de dedicação e na ansiedade para ver este carro pronto.
Como o apoio de braço do banco dianteiro havia sido "guardado" (na verdade, esquecido) na antiga oficina onde o conheci, resolvi entrar em contato por rádio com seu chefe Allan. Tive que responder a mesma pergunta inúmeras vezes (porque não entrei em contato direto com ele desde o começo). E vi também toda a sua insatisfação (esta é a palavra bonita que achei para expressar o sentimento dele) com o seu (agora) ex-funcionário. Fiquei sabendo que o meu (agora também) ex-estofador andou dando voltas pela Avenida Brasil, acabou enguiçando por falta de gasolina, entre outras temeridades que, pessoalmente, prefiro nem investigar a fundo. No final, acabei indo até a oficina e retirando o apoio, guardado em um "armário-geladeira" (uma geladeira usada como armário) e ele (o apoio) sequer tinha as costuras completamente feitas. Nem preciso mencionar minha decepção.


Unindo esta situação ao fato de Gilberto encontrar-se em vias de negociar sua casa com uma empreiteira que está criando condomínios na região, decidi retirar definitivamente a Brasília de lá. Como o carro estava sem condições de andar, utilizei os serviços da garantia da bateria Heliar e, depois de negociar com o mecânico volante, chamei o reboque. Foi divertido e ao mesmo tempo perigoso acompanhar o transporte da brasa na boléia do guincho-plataforma sem um cinto de segurança decente. Optei por levá-la para São Cristóvão, mais precisamente para a frente da empresa onde trabalho. A região é pródiga em matéria de oficinas, e a possibilidade de estar vendo o carro todos os dias deveria fazer a reforma andar mais rápido. Além do mais, com meu MBA sendo feito em Niterói nos finais de semana, as "viagens" de sábado para Big Field estavam definitivamente comprometidas.
No primeiro dia útil seguinte, muitas perguntas e elogios a meu bólido. E a expectativa multiplicada com todos sobre o fim dos trabalhos e a apresentação do resultado final.

terça-feira, 15 de março de 2011

NOTÍCIAS DO FRONT

Admito que fiquei muito tempo sem postar novidades aqui. Parte pela minha dedicação ao Brasília Clube (brasiliaclube.blogspot.com), parte pela própria falta de novidades mesmo. Depois dos trabalhos feitos com Claudinho, parti para uma nova empreitada: a forração interna. Em um passado longínquo, visitei duas lojas de capotaria em Campo Grande: uma na Estrada do Monteiro e outra na Estrada do Cabuçu. Na primeira, quem me atendeu na época foi o Zé Carlos, que parecia "entender do riscado", principalmente quanto à instalação dos bancos dianteiros, que ainda não estavam fixados ao assoalho. Porém, ao descobrir que se tratavam de modelos com regulagem elétrica, ele declinou do trabalho, alegando que não poderia fazer a instalação "mecânica" enquanto a elétrica não estivesse devidamente operante. Cá entre nós, uma coisa não interfere na outra... Além disso, ele relatou que perdeu a ponta de um dos dedos ao trabalhar em uma Brasília (alguma semelhança com outro VW conhecido?), quando a tampa traseira voltou à posição aberta por conta da mola que, de fato, é forte. Ou seja, ele não nutria propriamente "amor" pelas Brasílias... Isso me deixou ainda mais ressabiado, e como tinha outras prioridades na época, não insisti muito.
No Cabuçu, fui atendido pelo Alan. Naquele momento, não estava com a brasa, mas expliquei tudo para ele quanto à instalação dos bancos e, como esperado, ele não colocou impecílios que não existiam. Inclusive explicou como procederia, baseado em experiências anteriores. Fiquei satisfeito e tentado a realizar o serviço com ele, mas a Brasília ainda estava na pintura e ficamos apenas na sondagem.
No final do ano passado, carro pintado, resolvi que era hora de tratar novamente deste assunto. Procurei pelo Alan, mas sua loja estava sempre fechada, especialmente aos sábados, algo bastante incomum. Depois de algumas semanas, para não perder mais tempo, dei nova chance ao Zé Carlos, levando-o até a Brasília e mostrando o serviço a ser feito.  Decidimos que começaríamos pelo assoalho e pela instalação dos bancos, ficando condicionado apenas ao mesmo pegar o carro no final de semana seguinte e levar para sua loja. Este "final de semana" perdura até hoje, pois Zé Carlos nunca apareceu, deu uma série de desculpas e em outros momentos, não atendeu aos meus telefonemas. O detalhe é que a loja fica a um quilômetro, no máximo, da oficina do Gilberto.
Sem opções, fiz nova tentativa no Cabuçu. Na loja, não encontrei o Alan, mas sim Ademir, seu funcionário, que prontamente se colocou à disposição. Também o levei e mostrei o carro, acertamos valores, mas resolvemos fazer o serviço "por fora" da loja, o que sairia mais barato para mim e mais lucrativo para ele.
Ademir atualmente está executando o serviço, com a promessa de entregar o carro pronto no próximo final de semana. E, como parece ser característica de tudo que acontece com esta Brasília, está levando muito mais tempo do que o esperado... Mas tudo bem: abaixo o resultado (obviamente parcial) da forração. E os detalhes deste serviço e o carro pronto eu mostro na próxima postagem que, espero, não demore tanto...

P.S.: Os bancos dianteiros não aparecem nas fotos mas estão devidamente forrados, e as laterais de porta eu ordenei que fossem refeitas, pois Ademir "terceirizou" o serviço e o resultado foi medonho (para não dizer outra coisa)...