sábado, 4 de julho de 2009

A BARATA "IMPORTADA"

Muitas histórias curiosas envolvem a trajetória desta Brasilia 4 portas. Este foi um dos motivos para que eu resolvesse montar este blog e confidenciar estas passagens inusitadas. Com certeza uma das mais diferentes, para não dizer quase bizarra, foi quando resolvi trocar os "vidros" da Brasilia.
Como já dito anteriormente, comprei o carro com o vidro do motorista e o quebra-vento do carona feitos de acrílico. Não sei exatamente o que houve, se foi acidente, furto ou uma besteira qualquer. Também admito que não procurei saber: às vezes é melhor deixar o passado onde ele está. Muito provavelmente o dono, na época, não encontrou os vidros para repor e adotou o acrílico como solução. Inteligente, se não acontecesse uma coisa: com o tempo, o acrílico vai fosqueando, trincando e arranhando, chegando a um ponto que não se enxerga nada através dele. O meu caso não era tão crítico, mas chamava a atenção negativamente.
Em busca dos vidros perdidos, rodei quase todas as vidraçarias de Campinas e encontrei até uma especializada em carros antigos. E mesmo nesta, nem sombra do que eu procurava. Aprendi algumas coisas, como o fato dos vidros, apesar de aparentemente retos, serem ligeiramente curvados, o que me impedia de mandar fabricá-los sem que isto custasse o valor do carro todo. Outra descoberta interessante: o poder da internet! Aliás, como voce vai perceber acompanhando a história deste possante cor de beringela, se não fosse a internet provavelmente a idéia de reformar este carro não sairia do papel.
Na internet encontrei o anúncio de um catarinense que estava desmontando uma Brasilia 4 portas e vendendo as peças. Foi um dos meus primeiros contatos com compra eletrônica, e tudo transcorreu conforme combinado. Por 90 reais (um preço que até hoje considero baixo) recebi em meu apartamento uma caixa com os vidros envoltos em bastante jornal.
Na época, o apartamento que eu alugava (um quarto-e-sala) estava passando por uma pequena reforma de renovação do sinteco (piso) do quarto. Assim sendo, eu estava dormindo em um colchão no chão da sala, por conta do cheiro forte. Peguei a caixa quando cheguei em casa à noite, após o trabalho. Abri sobre a pequena e única mesa que havia lá, conferi o material (se havia o logotipo Volkswagen, se estava sem arranhões, se o quebra-vento possuía trinco, etc.), deixei os vidros sobre a mesa, e a caixa mais "trocentas" folhas de jornal soltas no chão.
Durante a madrugada, a surpresa. Eu dormia um sono ainda não tão pesado e acabei despertando com um barulhinho, semelhante ao de uma brisa passando sobre folhas secas. Era um ruído que se repetia em intervalos curtos. Intrigado, resolvi levantar e acender as luzes. Localizei o sonzinho sob um monte de jornais e, quando puxei as folhas, uma BARATA, daquelas estilo "halterofilista" mesmo, "bem nutrida". Ou seja, eu havia literalmente "importado" uma barata diretamente de Florianópolis...
O mais ridículo de toda esta história é que eu levei MEIA HORA para matar a bendita em um cômodo que, se tiver 12 metros quadrados (3 x 4 metros), é muito... Um verdadeiro baile! Os vidros foram instalados com todo o cuidado dias depois, sem grandes dificuldades e fazem parte da Brasa até hoje. Já a barata com porte de Schwarzenegger e ginga de Garrincha, agora faz parte é da história.