sábado, 25 de julho de 2009

A PRIMEIRA PANE A GENTE NUNCA ESQUECE

Experiência de vida: realmente é isto que esta Brasilia me proporcionou até aqui. Se eu tenho andado com ela menos do que gostaria, pelo menos o que tenho aprendido vale por vários quilômetros. E tudo deve servir para os próximos carros que pretendo comprar e reformar (ou voce achou que a brincadeira acabava aqui?). Coitado de mim quando minha esposa ler isto...
Em Campinas, indo ou voltando do trabalho, eu pegava uma longa avenida: a Avenida das Amoreiras (engraçado como eu acho este nome bonito). Esta avenida fica muito próxima da Bosch, e tudo que precisássemos era lá que encontrávamos. Trata-se de um longo declive com pista de mão-dupla e canaleta central para ônibus, e vasto comércio: farmácias, mercados, lotéricas, lojas de serviço, etc. E a Sena Auto Center também. Sorte minha...
Um belo dia, vindo com a Brasa para a Bosch, tudo funcionava bem e o marcador de combustível indicando algo um pouco acima da reserva. Pelo menos foi isso que imaginei que houvesse no tanque... No último sinal (ou semáforo, como queira) antes de chegar ao meu destino, ela simplesmente deu uma engasgada e... apagou! Como se tivesse sido tirada da tomada! Só que havia carga na bateria, como indicava a luz do alternador. Quem conhece sabe que, em um carro de mecânica simples como este, só se "apaga" por falta de um dos dois: carga na bateria ou combustível no tanque. Ou seja: caramba, eu estava sem gasolina! Está certo que, se eu ficasse parado ali, não causaria o mesmo impacto que uma poderosa Ferrari na mesma condição (vide foto). Afinal, quantos "velhinhos" repletos de ferrugem voce já não viu deixando na mão pobres cidadãos desprevenidos... Mas, tão perto da chegada, meu poder de aceitação não me permitiu ficar ali, atravancando o trânsito.

Sinal verde, girei o motor e ele pegou, engasgando bastante. Engatei a primeira, acelerei forte, ela andou quinze metros e silenciou novamente... A esta altura, eu já estava no declive das Amoreiras e, com ela desligada, me restou somente seguir descendo a ladeira. O impulso foi o suficiente para chegar na (adivinha?) Sena Auto Center. Sinto que, de certo modo, havia uma relação de amor e ódio entre a Brasa roxa (neste tempo, ainda bege) e esta oficina.
Não pude deixar de ouvir a gozação de Elvis e companhia. Empurramos minha "companheira de aventura" para dentro da oficina, passei todas as coordenadas e fui correndo para o trabalho (sim, apesar desta experiência emocionante, eu tinha que trabalhar!). Claro que, além da gasolina e da bóia do tanque de combustível, aproveitei para acertar mais umas coisinhas nela; afinal, carro velho SEMPRE tem alguma coisinha para fazer. Desta vez, se não me engano, troquei duas rodas que estavam abrindo pontos de ferrugem. Normal...
Nesta história aprendi que nunca se deve confiar cegamente em um carro usado recém adquirido. Desde aquele momento, todos os meus carros ditos "normais", quando comprados, passam logo por uma revisão: óleo, filtros, freios, velas, correia dentada, uma checada na suspensão e na direção, e uma análise "amável" dos pneus, com direito a carinho e tudo. São coisas que, normalmente, tem um custo baixo e, se não forem observadas, podem te deixar na mão, te dar um grande prejuízo ou mesmo causar um acidente.
Obviamente, depois deste episódio, aconteceram alguns outros que me deixaram a pé, mas a chance disso se repetir é cada vez menor. Talvez estejam certos os que dizem que, para tudo (ou quase tudo) na vida, existe uma primeira vez. Para mim, esta foi a primeira, e a primeira pane a gente nunca esquece...
56 abraços!