terça-feira, 29 de junho de 2010

LOUCOS MICHELIANOS...

Faz dois meses que eu divulguei neste blog o início das "atividades 2010" na lataria da minha ilustre Beringela. Neste período, alguma coisa mudou, algo foi feito, mas sem a velocidade que eu gostaria. Com a chegada do meio do ano, a noção de que o tempo está passando e o carro não fica pronto, a ansiedade me tomou de vez. É um risco, visto que a velha máxima da "pressa inimiga da perfeição" prevalece. Mas acho que eu já dei tempo suficiente para as coisas acontecerem. Assim, passei a acompanhar mais de perto esta reforma, aumentando a frequência das visitas para duas, até três vezes por semana.
Cláudio fez um bom trabalho: os pontos de ferrugem foram eliminados, os trilhos dos bancos dianteiros estão instalados, caixas de ar trocadas e algumas outras coisas. Cumpridor da minha palavra, fechei com o irmão de Cláudio, Jorge, o trabalho de pintura, restaurando o brilho da cor roxa "original" da Essenfelder Brasilia.
Jorge (ou Jorginho, como o cara da loja de tinta se referiu) é um pintor conhecido na região. Já vi alguns trabalhos seus "in loco" e gostei do capricho. Pessoa simples e de bom trato, nos mesmos moldes do irmão. Como curiosidade (tudo na história desta Brasilia tem alguma curiosidade), nosso pintor não possui um pedacinho da orelha direita, como se tivesse sido mordido por um cachorro. Eu não perguntei ainda o motivo. Só espero realmente que a mordida tenha sido de algum cachorro, e não de um cliente insatisfeito ou de algum carro pintado por ele... hehe
Brincadeiras à parte, conforme orientado, Jorginho aplicou "batida de pedra" (tinta protetora emborrachada) no interior dos para-lamas dianteiros, e fará o mesmo nos traseiros, assoalhos, interior das portas, teto e habitáculo da Brasa. Os objetivos são reduzir o ruído interno e evitar que qualquer ferrugem "sonhe" em atacar este carro novamente. Também ficou sob sua incumbência recuperar os retrovisores com fibra de vidro e pintá-los (separado do carro) para reinstalá-los a posteriori. E que o "posteriori" não demore muito, pois quero logo dar algumas voltas com meu bólido reluzente...

Este mês estou de saída da Michelin. E isto envolve três aspectos: primeiro, vai ficar um pouco mais difícil acompanhar o trabalho por conta da distância (visitas, agora, só nos finais de semana). Por outro lado, vou ter um pouco (eu disse um pouco) mais de grana para aplicar no projeto. Por fim, vou perder grande parte do contato com meus colegas de Michelin que, como voces podem ler em um capítulo anterior ("A Maldição da Brasília Roxa") já fazem parte desta história.
Um destes amigos, inclusive, fez questão de me acompanhar em uma visita à oficina semana passada. Fábio gosta de inventar "histórias mirabolantes" sobre a estadia da Brasilia nesta oficina. Diz que teria um cavalo pangaré amarrado nela, que as galinhas estariam ciscando e colocando ovos sobre os bancos, entre outras doideiras do genêro. Devem ser fruto da sua imaginação do tempo em que habitava a roça... É fato que a oficina tem um grande terreno à sua volta, com árvores, carros, peças, terra batida e espaço para atividades pertinentes. E é fato também que Fábio quis, de todo modo, tirar uma foto minha ao lado da Beringela em reforma (perdoem a baixa qualidade da mesma tirada com o celular dele). Pior do que isto, colocou a foto como "papel de parede" de seu telefone!... Eu não quero nem imaginar o que sua esposa vai pensar quando vir isto...
Pois é, meus caros, vou sentir saudades destes loucos michelianos...