domingo, 7 de novembro de 2010

BARATA E KAZU

Acho que já escrevi isto aqui... Portanto, me perdoem se estiver sendo repetitivo. Mas é fato que uma das coisas mais interessantes quando falamos, expomos, escrevemos, ilustramos e dividimos nossas paixões com outras pessoas, é o retorno que nos é proporcionado. Este retorno pode vir sob a forma de informações, conhecimento, novos contatos ou mesmo amizades novas. Nos últimos tempos (e, claro, por conta da brasa roxa) tive duas experiências deste tipo.
Primeiro, em busca de polainas cromadas para a Beringela, conheci o gente fina José, vulgo "Barata". Nos encontramos em Campo Grande para concretizar o negócio de três polainas (eu já tinha uma quarta unidade) e o que era para ser algo rápido e formal se transformou em um papo de mais de uma hora, sobre os mais variados temas: carros, trabalho, oficinas, Dodges (Dart, Charger, etc., suas paixões V8) e até conselhos matrimoniais. Esta última eu explico: quando mencionei que vinha visitar minha "amante" todo sábado, que gastava tempo e grana com ela, ele passou a dissertar sobre as implicações de "pular a cerca" e como isto poderia afetar o meu casamento. Ou seja, ele realmente acreditou que eu tinha uma "amante mulher do sexo feminino", de carne e osso! Desfiz o mal-entendido e rimos muito sobre tudo aquilo! Um barato este Barata! (com o perdão do trocadilho). Gente fina e simples, me convidou para ir até sua casa, coisa mais comum entre os amigos que moram em bairros afastados do centro, difícil entre os habitantes da zona sul do Rio, hoje muito mais distantes e desconfiados entre si. Declinei do convite pois não queria me estender muito e deixar minha esposa preocupada, me esperando. Mas me senti agradecido e feliz por conhecê-lo.

A outra experiência foi ainda mais proveitosa e, por que não dizer, "aventureira". Fechei a troca de algumas peças sem uso minhas por uma bomba de gasolina cromada Brosol, com direito a kit de reparo novo incluso. Acabei sendo acordado com o telefonema de Sérgio, o "Kazu", numa manhã de sábado. Admito que, "bêbado" de sono, não entendi direito quando ele disse que me encontraria com uma TL vinho. "TL vinho?", pensei. E, de fato, na hora combinada, surgiu uma "Tereza Loca" vinho, dotada de vários acessórios de época, como conta-giros, pestanas de faróis, frisos de caixas de roda, calhas de chuva e calotas cromadas. Um espetáculo o carrinho! E este é o carro "de andar" dele, que aboliu carros mais novos de seu dia-a-dia.
Como eu estava à caminho de Campo Grande, Kazu me deu uma carona até Bangu (o meio do caminho), não sem antes fazer algumas "escalas" para me apresentar seu mecânico, mais um camarada que negocia itens nas feiras de antigos, a oficina onde ele manda cromar peças, além do vizinho responsável por colocar nele o vírus do gosto por VW's a ar. E também passamos na casa de Fernando, seu amigo que havia adquirido uma Brasília ótima e estava trabalhando para deixá-la ainda mais original. Ou seja, a simples carona acabou virando uma verdadeira "viagem cultural" pelo mundo volksmaníaco.
Conversamos bastante sobre o mercado destes carrinhos, a reação de nossas esposas sobre nosso "vício", suas experiências no futebol profissional e muitas outras coisas. Ainda estamos nos contatando e nos auxiliando, como no caso em que indiquei a venda de um capô de um vinco (da primeira geração da Brasília) por um bom preço, fazendo com que Kazu e Fernando participassem de uma "peregrinação" até a casa do vendedor (com êxito, claro). Ainda vou descobrir onde ele manda polir suas rodas... E tenho certeza que mais colaborações desta ordem vão acontecer, seja para incrementar a brasa bege de Fernando, seja para os TL, Fusca e Zé-do-Caixão de Kazu.
Afinal de contas, nem tudo que se ganha nesta vida se mede em reais, não é mesmo?