sábado, 25 de dezembro de 2010

PRESENTE DE NATAL

Natal é sempre uma época especial para mim. E isto não se resume ao dia 25 de Dezembro... Uma ou duas semanas antes já dá para se sentir o clima no ar, um "sei-lá-o-que" diferente. Mesmo hoje, com tudo tão corrido nesta nossa "vida moderna", este sentimento ainda persiste. Acredito que meus vários anos de grupo jovem de igreja católica, com celebrações, encontros, vigílias e outros eventos dos quais participava nestas épocas contribuam bastante para isto. Mas é quanto a essência que me refiro: o encontrar o "presente" no outro, no próximo, naquele que faz parte da sua caminhada mesmo que por instantes.
Sábado passado reencontrei o prazer de dar umas voltas com minha Beringela. Coloquei gasolina, dei um "banho de gato" nela e fomos rumo ao Tonhão, uma loja de peças e serviços com duas unidades em Campo Grande. Fui em busca de novas soluções para problemas antigos: maçanetas que não abrem, pinos que não travam e um friso sumido. E se sobrasse tempo, umas coisinhas mais.
Loja cheia (sábado de sol, né?), eu já cheguei achando que a tarefa seria mais árdua que a esperada. Até levei um tempinho para ser atendido no balcão, e depois de apresentar minhas necessidades, foi dito que quem me atenderia seria um tal de Claudinho, e que eu aguardasse. Enquanto isto, fiquei observando os outros serviços: no geral, uma galera jovem voltada para a substituição de parabrisas quebrados e instalação de acessórios para veículos semi-novos. Ou seja, difícil acreditar que alguém dali realmente entendesse da minha "velhinha" e suas peculiaridades.
De repente, eis que surge uma figura baixa e franzina, um "coroinha" de poucos cabelos desgrenhados, com olhos claros meio saltados, roupa surrada e cigarro na mão. Pode-se dizer: lembrava bem o Gollum Smeagol do Senhor dos Anéis... Pois é, era ele mesmo, Claudinho.


Mesmo sem, num primeiro momento, não dar nada por ele, expliquei para o camarada o que esperava que fosse resolvido nas maçanetas, ou seja, que elas fizessem o que nunca fizeram na minha mão: abrissem e fechassem do modo correto. E a resposta foi surpreendente: "ótimo, por que eu gosto de trabalhar com carros assim!" E naquelas três horas que se seguiram, eu vi que ele gostava realmente, diante do esmero que aplicava em cada detalhe. As maçanetas, os pinos de trava e até a trava de crianças das portas traseiras ficaram 100%. Ele trocou a borracha do pára-brisa e colocou o friso cromado que eu trouxe, repondo o sumido durante o sequestro. Como ele mesmo salientou, não é qualquer um que sabe fazer aquele trabalho e usa a técnica apropriada para isto. Instalou ainda um friso cromado na calha de teto, o mesmo que meu lanterneiro admitiu não seu capaz de colocar. Ajeitou o friso da caixa de ar que estava soltando, e deu todas as dicas sobre as borrachas (canaletas, pestanas, etc.), máquinas dos vidros elétricos e mola da portinhola de combustível, para que eu consiga recuperá-los devidamente em um futuro próximo. Ou seja, uma aula dada com prazer, entre um cigarrinho e outro, por alguém que gosta do que faz, conhece muito e, mesmo assim, mostrou-se humilde ao extremo.
E isto tudo me deixou tocado, realmente. O desprendimento e a humildade que hoje quase não se vê. Como eu disse, encontrar o presente no próximo, na essência. Foi isto que eu consegui, no lugar inesperado, de onde nem se podia imaginar. De forma inusitada, um baita presente de Natal!

domingo, 7 de novembro de 2010

BARATA E KAZU

Acho que já escrevi isto aqui... Portanto, me perdoem se estiver sendo repetitivo. Mas é fato que uma das coisas mais interessantes quando falamos, expomos, escrevemos, ilustramos e dividimos nossas paixões com outras pessoas, é o retorno que nos é proporcionado. Este retorno pode vir sob a forma de informações, conhecimento, novos contatos ou mesmo amizades novas. Nos últimos tempos (e, claro, por conta da brasa roxa) tive duas experiências deste tipo.
Primeiro, em busca de polainas cromadas para a Beringela, conheci o gente fina José, vulgo "Barata". Nos encontramos em Campo Grande para concretizar o negócio de três polainas (eu já tinha uma quarta unidade) e o que era para ser algo rápido e formal se transformou em um papo de mais de uma hora, sobre os mais variados temas: carros, trabalho, oficinas, Dodges (Dart, Charger, etc., suas paixões V8) e até conselhos matrimoniais. Esta última eu explico: quando mencionei que vinha visitar minha "amante" todo sábado, que gastava tempo e grana com ela, ele passou a dissertar sobre as implicações de "pular a cerca" e como isto poderia afetar o meu casamento. Ou seja, ele realmente acreditou que eu tinha uma "amante mulher do sexo feminino", de carne e osso! Desfiz o mal-entendido e rimos muito sobre tudo aquilo! Um barato este Barata! (com o perdão do trocadilho). Gente fina e simples, me convidou para ir até sua casa, coisa mais comum entre os amigos que moram em bairros afastados do centro, difícil entre os habitantes da zona sul do Rio, hoje muito mais distantes e desconfiados entre si. Declinei do convite pois não queria me estender muito e deixar minha esposa preocupada, me esperando. Mas me senti agradecido e feliz por conhecê-lo.

A outra experiência foi ainda mais proveitosa e, por que não dizer, "aventureira". Fechei a troca de algumas peças sem uso minhas por uma bomba de gasolina cromada Brosol, com direito a kit de reparo novo incluso. Acabei sendo acordado com o telefonema de Sérgio, o "Kazu", numa manhã de sábado. Admito que, "bêbado" de sono, não entendi direito quando ele disse que me encontraria com uma TL vinho. "TL vinho?", pensei. E, de fato, na hora combinada, surgiu uma "Tereza Loca" vinho, dotada de vários acessórios de época, como conta-giros, pestanas de faróis, frisos de caixas de roda, calhas de chuva e calotas cromadas. Um espetáculo o carrinho! E este é o carro "de andar" dele, que aboliu carros mais novos de seu dia-a-dia.
Como eu estava à caminho de Campo Grande, Kazu me deu uma carona até Bangu (o meio do caminho), não sem antes fazer algumas "escalas" para me apresentar seu mecânico, mais um camarada que negocia itens nas feiras de antigos, a oficina onde ele manda cromar peças, além do vizinho responsável por colocar nele o vírus do gosto por VW's a ar. E também passamos na casa de Fernando, seu amigo que havia adquirido uma Brasília ótima e estava trabalhando para deixá-la ainda mais original. Ou seja, a simples carona acabou virando uma verdadeira "viagem cultural" pelo mundo volksmaníaco.
Conversamos bastante sobre o mercado destes carrinhos, a reação de nossas esposas sobre nosso "vício", suas experiências no futebol profissional e muitas outras coisas. Ainda estamos nos contatando e nos auxiliando, como no caso em que indiquei a venda de um capô de um vinco (da primeira geração da Brasília) por um bom preço, fazendo com que Kazu e Fernando participassem de uma "peregrinação" até a casa do vendedor (com êxito, claro). Ainda vou descobrir onde ele manda polir suas rodas... E tenho certeza que mais colaborações desta ordem vão acontecer, seja para incrementar a brasa bege de Fernando, seja para os TL, Fusca e Zé-do-Caixão de Kazu.
Afinal de contas, nem tudo que se ganha nesta vida se mede em reais, não é mesmo?

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A AMANTE

No começo, eu dizia que era minha filha. No bate-papo de internet mandava a foto dela entitulada assim mesmo: "Minha Filha". Afinal, tem que alimentar, dar banho, levar ao "médico"... Aliás, ainda me refiro a ela deste jeito quando trato com os mecânicos. Mas... Uma filha dois anos mais nova do que eu não "cola", não é mesmo? E o jeito como tem sido nossa relação nas últimas semanas pode até dar motivos para minha esposa pensar que, de fato, o que tenho é uma AMANTE.
Raciocine comigo: faz com que eu pense nela em vários momentos, em outros leva minha grana de modo desavergonhado, tenho que esconder de minha esposa parte do que faço e do que gasto com ela e, normalmente, toma um bom pedaço de um dia da semana (no meu caso, as manhãs de sábado) para dedicação exclusiva. É ou não é uma verdadeira amante?!?
E quando eu digo "tomar um pedaço do dia", é um bom pedaço mesmo: Campo Grande fica a dois ônibus e/ou uma hora e meia de viagem da minha casa. E é lá neste bairro que estão as oficinas, as "casas temporárias" de minha "amante vestida de roxo". Ela pode não sair por aí a noite nua sobre um cavalo, como fazia Dona Beija (a amante de D. Pedro I), mas ocupa o "cargo" há quase tanto tempo quanto ela ocupou com o Imperador (seis anos), esta minha Dona Beringela... Adotei esta estratégia de vê-la e realizar algum serviço nela todo final de semana de olho no objetivo maior: concluir a reforma ainda em 2010. Sejamos perseverantes e disciplinados pois!

Pois bem, voltemos ao "diário de bordo": depois da pintura, Dona Beringela ganhou finalmente seus acessórios cromados: lâminas dos para-choques, pára-barros traseiros, grade da surdina, saídas de ar da coluna traseira, frisos das caixas de ar e "churrasqueiras" do capô dianteiro. E os ostenta hoje como verdadeiras jóias, brilhantes e chamando a atenção... Jorginho alegou dificuldades maiores para não instalar os frisos das calhas de teto. Será que ele achou que deveriam ser encaixados? (na verdade, são colados) Outros pontos ficaram devendo na montagem: uma janela ficou "solta", as borrachas do santo-antônio dianteiro (compradas para a ocasião) não foram instaladas, "sobraram" pestanas e quase nada do "setor elétrico" funcionava: retrovisores, vidros, luz do painel, setas, bateria moribunda... Estes últimos pontos me fizeram tomar a decisão quanto ao próximo passo: levar o carro de volta para Gilberto. Afinal, foi ele que instalou e cuidou da maioria destes itens, além de ter instalado o ar condicionado que, depois de tanto tempo parado, resolveu fazer "greve em sinal de protesto". E lá fui eu levar, depois de meses mantida sob o mesmo teto, minha "amante roxa de orgulho" para um "passeio"...
Gilberto mais uma vez a recebeu com hospitalidade. Só não foi mais prazeiroso o reencontro por ter sido informado dos seus problemas de saúde, que hoje exigem fisioterapia, paciência e perseverança do meu amigo para curar seu combalido braço direito. Mauro, seu fiel escudeiro, continua lá, imprescindível como nunca nesta fase de recuperação de Gilberto.
Claro que Gilberto não gostou do que viu (me refiro ao trabalho de montagem de Jorginho e Cláudio). E ainda não conseguiu trazer à vida os "angel eyes" de minha "amante", uma de suas características mais marcantes. Mas se os "olhares" lançados por ela não serão "gelados" por enquanto, o interior será: trocou-se uma válvula emperrada e uma nova carga de gás fará o ar condicionado voltar à ativa. Fechei com ele também a estadia remunerada para as próximas semanas, marcando como um QG sua oficina, de onde aos sábados tirarei a brasa, executarei os serviços e a retornarei para mais uma semana de descanso em meu aguardo.
Por fim, minha Beringela ganhou uma nova bateria. Busquei o melhor: Heliar 65 ampéres. Além do desconto pelo retorno do casco antigo, ganhei mais: um ano e meio de garantia, dois reboques grátis por pane elétrica e assistência técnica próxima fisicamente ou no 0800. Como disse o vendedor da Marphisa, onde comprei a ditacuja, a Heliar (no caso a Johnson Controls, sua fabricante) "está podendo"! E pelo jeito, minha "amante" também...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

ROXA DE NOVO!

Eis que da tinta se fez nova vida: minha Beringela está roxa de novo! Demorou, foi sofrido, na base da insistência, mas finalmente, depois de todos os ajustes necessários, Jorginho usou todo seu talento e cuidado para pintar novamente (que, Deus queira, seja a última vez!) minha brasa roxa. Juro que ainda me impressionei quando vi o carro todo brilhante, resplandecendo na oficina de pintura... É nessa hora que tive a certeza da escolha correta! Foi quase como se reencontrasse um velho amigo (no caso, amiga). Parei e fiquei observando, apreciando as linhas do carro, seguindo os detalhes, meio bobo, sem dizer uma palavra... Certamente isto me deu um novo ânimo para seguir em frente e com mais dedicação este projeto.
Me ressenti apenas de não estar com uma câmera na hora, para registrar este momento. Nem um celular por perto, para aquela fotinha de baixa qualidade, na tentativa de ilustrar um pouco o motivo da minha alegria naquele instante... De todo modo, vou lembrar de levar uma digital quando começar a montagem e instalação dos acessórios. E depois de pronta, claro, vou fazer todos "enjoarem" de ver Brasília roxa! hehe
Uma coisa que tenho feito nestes últimos dias, até em função da reforma mais lenta que o desejado, é me dedicar a conhecer mais pessoas que, como eu, também apreciam a VW Brasília e, por vezes, além de gostar, são também proprietários apaixonados por uma das mais de um milhão de brasas produzidas. E fiz isto não somente com a criação do Clube (brasiliaclube.blogspot.com) e com as postagens sobre a brasa roxa neste site, mas explorando outros meios de contato também. A internet é o grande veículo, através de seus fóruns, blogs e sites especializados, e permite que pessoas com um interesse em comum mantenham contato, mesmo estando em diversas localidades ao redor do Brasil e, porque não dizer, do mundo. Tanto que, como curiosidade, a primeira pessoa que solicitou ingresso no Brasília Clube foi um morador do Paraguai e que possui há dez anos uma bela Brasília personalizada, com seus para-choques (ou seriam parachoques?) envolventes, saias laterais e lindas rodas, em um trabalho de muito bom gosto. Exemplo de "brasa-paixão" além das fronteiras. E paixão, como se diz, justifica tudo, até mesmo pintar uma Brasília de roxo! :))
Por falar em pintura, como não consegui tirar fotos desta etapa do trabalho, resolvi buscar algo para ilustrar (como gosto de fazer) mais este capítulo da "Saga da Beringela". Como a tinta adquirida e aplicada (a já famosa Roxo Rossetti) é da marca Wanda, fui atrás de alguma coisa relacionada a esta marca, e encontrei esta (vamos chamar assim) "peculiar" propaganda... Quem me conhece sabe que admiro profundamente o pessoal de propaganda e marketing. Tenho amigos que trabalham tanto na criação quanto na arte final, e fico sempre impressionado com a habilidade e, principalmente, com a criatividade deste povo. Agora, é certo que muitas vezes, sem querer (ou não), eles tentam nos dizer uma coisa e acabam nos deixando entender outra beeem diferente... Não concorda?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

BRASÍLIA CLUBE

Caros amigos,
Enquanto a beringela não dá o ar da graça (e o lanterneiro não para de me enrolar), resolvi fazer algo que já pensava fazer há tempos: fundar um clube para a VW Brasília, o BRASÍLIA CLUBE (http://brasiliaclube.blogspot.com/). Nada mais justo que um carro com mais de um milhão de unidades fabricadas tivesse seu próprio clube. É óbvio que nada tenho contra os clubes de Fuscas e derivados que cordialmente aceitam a presença da Brasa em seus domínios e encontros. Mas já era hora de alguém contar a história linda deste carro em detalhes, as mudanças ao longo do tempo, os causos, as curiosidades, etc.


Assim sendo, se você tem uma Brasília, nova ou caidinha, brilhando ou reformando, original ou personalizada, ou se não tem nenhuma mas simplesmente admira o carro de maior sucesso da família Fusca (depois do próprio, claro), junte-se a nós: mande um e-mail para essenfelder2003@yahoo.com.br, com os dados e fotos (se possível) do seu possante para fazer parte deste novo clube. E acesse o site e deixe sua história também. Ou vai dizer que voce nunca andou numa ou jamais soube de alguma história envolvendo uma Brasília???

terça-feira, 29 de junho de 2010

LOUCOS MICHELIANOS...

Faz dois meses que eu divulguei neste blog o início das "atividades 2010" na lataria da minha ilustre Beringela. Neste período, alguma coisa mudou, algo foi feito, mas sem a velocidade que eu gostaria. Com a chegada do meio do ano, a noção de que o tempo está passando e o carro não fica pronto, a ansiedade me tomou de vez. É um risco, visto que a velha máxima da "pressa inimiga da perfeição" prevalece. Mas acho que eu já dei tempo suficiente para as coisas acontecerem. Assim, passei a acompanhar mais de perto esta reforma, aumentando a frequência das visitas para duas, até três vezes por semana.
Cláudio fez um bom trabalho: os pontos de ferrugem foram eliminados, os trilhos dos bancos dianteiros estão instalados, caixas de ar trocadas e algumas outras coisas. Cumpridor da minha palavra, fechei com o irmão de Cláudio, Jorge, o trabalho de pintura, restaurando o brilho da cor roxa "original" da Essenfelder Brasilia.
Jorge (ou Jorginho, como o cara da loja de tinta se referiu) é um pintor conhecido na região. Já vi alguns trabalhos seus "in loco" e gostei do capricho. Pessoa simples e de bom trato, nos mesmos moldes do irmão. Como curiosidade (tudo na história desta Brasilia tem alguma curiosidade), nosso pintor não possui um pedacinho da orelha direita, como se tivesse sido mordido por um cachorro. Eu não perguntei ainda o motivo. Só espero realmente que a mordida tenha sido de algum cachorro, e não de um cliente insatisfeito ou de algum carro pintado por ele... hehe
Brincadeiras à parte, conforme orientado, Jorginho aplicou "batida de pedra" (tinta protetora emborrachada) no interior dos para-lamas dianteiros, e fará o mesmo nos traseiros, assoalhos, interior das portas, teto e habitáculo da Brasa. Os objetivos são reduzir o ruído interno e evitar que qualquer ferrugem "sonhe" em atacar este carro novamente. Também ficou sob sua incumbência recuperar os retrovisores com fibra de vidro e pintá-los (separado do carro) para reinstalá-los a posteriori. E que o "posteriori" não demore muito, pois quero logo dar algumas voltas com meu bólido reluzente...

Este mês estou de saída da Michelin. E isto envolve três aspectos: primeiro, vai ficar um pouco mais difícil acompanhar o trabalho por conta da distância (visitas, agora, só nos finais de semana). Por outro lado, vou ter um pouco (eu disse um pouco) mais de grana para aplicar no projeto. Por fim, vou perder grande parte do contato com meus colegas de Michelin que, como voces podem ler em um capítulo anterior ("A Maldição da Brasília Roxa") já fazem parte desta história.
Um destes amigos, inclusive, fez questão de me acompanhar em uma visita à oficina semana passada. Fábio gosta de inventar "histórias mirabolantes" sobre a estadia da Brasilia nesta oficina. Diz que teria um cavalo pangaré amarrado nela, que as galinhas estariam ciscando e colocando ovos sobre os bancos, entre outras doideiras do genêro. Devem ser fruto da sua imaginação do tempo em que habitava a roça... É fato que a oficina tem um grande terreno à sua volta, com árvores, carros, peças, terra batida e espaço para atividades pertinentes. E é fato também que Fábio quis, de todo modo, tirar uma foto minha ao lado da Beringela em reforma (perdoem a baixa qualidade da mesma tirada com o celular dele). Pior do que isto, colocou a foto como "papel de parede" de seu telefone!... Eu não quero nem imaginar o que sua esposa vai pensar quando vir isto...
Pois é, meus caros, vou sentir saudades destes loucos michelianos...

domingo, 11 de abril de 2010

O RERECOMEÇO

E mais uma vez, a Brasa está na reforma... Desde que eu a adquiri, no final de 2002, vai ser a terceira que envolve trabalho de funilaria e pintura. Na primeira teve o episódio da mudança para o Rio. Na segunda, o sequestro. Que a terceira (e, se Deus quiser, definitiva) não traga "novidades" do gênero!...
Depois do acontecimento da "Maldição da Brasilia Roxa", fui formalmente convidado a retirar a Brasilia do estacionamento da Michelin. E nem posso falar nada do pessoal do BSI (o departamento de segurança patrimonial da empresa): os caras foram super cordiais, compreensivos e ainda me deram um tempo para bater o martelo na questão da reforma. Afinal de contas, o errado era eu. Eu que desse uma solução para o caso. E assim fiz.
Venho há algum tempo pensando em deixar a beringela aos cuidados de uma oficina que fica a poucos metros da Michelin. O que me chamou a atenção lá foi a placa que enunciava os serviços: Lanternagem, Pintura, Fibra de Vidro, Solda... Uma gama de propostas que nem sempre são vistas juntas. O lanterneiro (ou o cara que trata da lataria, para os que não são cariocas entendam) normalmente não mexe com fibra. Se mexe, SÓ mexe com isso. O soldador normalmente não pinta, o pintor não toca na mecânica e assim por diante. Lembro-me que, num passado um pouco distante, meu pai chegou a levar a Brasilia lá, para trocar o "chapéu de Napoleão", e de fato mais de uma pessoa "tocava" a oficina. Talvez isto explique tantas facetas reunidas.
O fato é que meu bólido agora está sob os cuidados de Cláudio, um camarada com cara de gente honesta, que fala pouco e ri pouco, mas que trabalha bem. O bom trabalho de reparo da "cratera lunática" que se formou junto à tampa do motor não me deixa desaboná-lo... Não vou falar de valores (que ficaram dentro do normal), mas a combinação foi a tradicional "metade agora, metade na entrega"; afinal, não quero um "novo Galo" na minha vida. E se o trabalho for bem feito, o irmão dele "ganha" a pintura. Um bom acordo, sem dúvida.

Na conversa, pude ver que ele entende do assunto, e que eu já aprendi um tanto desde que esta "saga brasílica" começou. Mais uma vez as caixas de ar foram condenadas, nem tanto pela ferrugem (como da primeira vez), mas pelo trabalho "esplendoroso" executado na segunda reforma... E no pacote de novas peças, os dois trilhos dos bancos dianteiros serão instalados: assim, poderei adaptar os bancos de Tempra, isto, claro, tão logo encontre duas bases de banco de Brasilia a um preço camarada...

Cláudio começou por sacar os para-lamas (ou paralamas, quem sabe mesmo as novas regras ortográficas?) dianteiros, e uma caça aos buracos de ferrugem começou. Me pediu quarenta dias, que viraram um pouco mais por conta do Carnaval. Sim, quero o carro logo, mas deixei claro para ele que, mais importante que o prazo cumprido, o serviço deve ser bem feito.
O meu objetivo é ser o "chato da vez". Ou seja, qualquer coisa que esteja fora do planejado ou que não tenha ficado bem feito tem que ser acertado. Até porque, é provável mesmo que o irmão de Cláudio fique com a pintura (vi um serviço dele em um Fusca e gostei do resultado). Isto facilitaria as coisas, pois não precisaria remontar o carro para levar para outro lugar, para começar tudo de pintura por lá. Mas vamos passo a passo, e em cada passo tudo tem que estar OK. Afinal, não quero nem ouvir falar de lanternagem/pintura depois que o carro sair de lá...
Por fora, venho tratando de adquirir outros itens que serão usados na fase de montagem. Fiz uma extensa pesquisa por sites de venda de peças e descobri algumas boas opções (no final, segue uma listinha). Adquiri no Guedes & Miranda uma série de itens cromados: churrasqueiras do capô, grade traseira (que cobre o abafador), saidas de ar da coluna traseira, frisos das calhas do teto e os frisos das caixas de ar. Aproveitei e mandei vir também um par de lanternas traseiras fumê, pois as minhas estão bem ressecadas. As polainas de para-choque cromadas eles só tem um par. E ainda falta tanta coisa...
Como disse algum "filósofo automotivo" certa vez, "um carro nada mais é do que um extenso quebra-cabeça (quebracabeça?) de metal, plástico e borracha que, no final, pasmem, ainda anda!" Pois é, meu caros: ô quebra-cabeça mais apaixonante!...