Com certeza um dos passos mais importantes da minha vida foi a mudança para Campinas. Na época, eu trabalhava em um micro-escritório-apartamento-bagunçado em Botafogo, cujo dono-chefe fazia serviços de análise de tensões em tubulações para a Petrobras. O assunto era chato, muito chato mesmo, mas mais ainda era meu chefe, sem sombra de dúvidas o pior que tive até hoje... Sem futuro ou prazer, somente a grana razoável que entrava era o que me mantinha lá. Mesmo assim, buscava outros desafios e mandava meu currículo para algumas empresas, principalmente no ramo automobilístico e de auto-peças, meu foco e minha paixão. Foi quando surgiu um processo de seleção para a Bosch, em Campinas. Passei pelas várias etapas e acabei contratado em 2002, para a fábrica de Freios.
Com quase 26 anos, já era hora mesmo de sair debaixo da saia da mamãe... E foram dois anos e meio muito bons, de novas experiências e muito aprendizado. Uma real mudança de vida. Campinas é uma boa cidade, com boa infraestrutura e sem a bagunça (leia-se sujeira, falta de educação e violência) do Rio de Janeiro. E, para minha sorte, também é uma cidade de tradição maior quando o assunto é automóvel antigo. Os constantes encontros de antigomobilistas no Shopping Galeria, que acontecem até hoje, não me deixam mentir.

E mais um ponto importante veio ao meu encontro: a possibilidade de personalização. Não ser apenas mais um na multidão (ou, neste caso, no trânsito). Original ou modificado, um veículo antigo tem sempre a cara do seu dono e o diferencia de tudo que normalmente encontramos por aí. Não há quem não note e não abra um sorriso ao ver um "antiguinho" passeando na rua. Gosto dos novos carros, da velocidade, da tecnologia que eles carregam, mas é fato que a mesmice comercial tomou conta do mercado através dos modelos atuais. É até bem fácil confundir um Fiesta com um Corsa ou Celta, mas até uma criança sabe quando na sua frente está um Fusquinha.
E foi a partir daí que comecei a crescer no tema, a buscar informações, a assinar minhas Classic Show, Fusca & Cia., Antigos de Garagem, etc. Descobri que até entre os colecionadores existem diferentes perfis, décadas e modelos preferidos, clubes de todas as marcas, encontros, venda de peças e até competições. E que a possibilidade de escolha é quase infinita. E conforme você vai conhecendo, mais vai se encantando e querendo fazer parte deste "desfile sobre rodas". Como dizem os apaixonados, vai circulando ferrugem nas veias...
No próximo post, como entrei na prática para o rol dos proprietários de veículos antigos.
56 abraços!